Estoque de soja da China atinge níveis recordes
Nos últimos anos, a China enfrentou um significativo aumento no estoque de soja, alcançando níveis recordes. Este fenômeno está diretamente ligado à ascensão das importações, que atingiram volumes históricos. Até novembro de 2025, os estoques de soja nos portos chineses ultrapassaram 10,3 milhões de toneladas, um aumento refletindo um crescimento de 3,6 milhões de toneladas em comparação ao mesmo período no ano anterior. Essa acumulada é resultado de estratégias de importação e de uma demanda interna que, apesar de forte, ficou aquém das expectativas.
A China se tornou a maior importadora de soja do mundo, a maioria proveniente do Brasil e dos Estados Unidos. No entanto, a agitação no comércio internacional, especialmente em meio à tensão entre os EUA e a China, ajuda a explicar como esses níveis de estoques se tornaram realidades. Agora, with tantos grãos estocados, a nação oriental enfrenta a difícil tarefa de equilibrar seu saldo comercial e as importações futuras, uma vez que o excesso pode afetar os preços e a estratégia de compras do governo.
Impacto das tarifas sobre as importações
As tarifas implementadas durante a guerra comercial entre EUA e China tiveram um impacto profundo no comércio de soja. Após a imposição de tarifas retaliatórias, os compradores chineses começaram a evitar as aquisições de soja americana, se voltando para o Brasil, que se mostrou uma alternativa mais barata. Isso se traduziu em um aumento considerável das remessas vindas do Brasil, ao passo que as importações dos EUA diminuíram drasticamente.

Apesar de acordos comerciais feitos entre autoridades dos dois países, as tarifas ainda exercem um efeito perpetuador sobre as escolhas de compra. Mesmo com o compromisso da China em retomar as compras de soja americana, os altos estoques já adquiridos e os custos adicionais impostos pelas tarifas podem dificultar essas operações. Os compradores estatais, por exemplo, permanecem cautelosos, esperando condições mais favoráveis para a aquisição de novos lotes, já que as margens de lucro na esmagamento de soja permanecem negativas e desestimulam novas compras.
Como as margens de esmagamento afetam as compras
A margem de esmagamento é um fator crítico que impacta a decisão dos compradores de soja. Refere-se à diferença entre o preço que os esmagadores pagam pela soja e o valor que eles recebem ao vender o farelo e o óleo de soja. Quando estas margens são positivas, indica uma rentabilidade saudável que incentiva as compras. Contudo, os dados recentes mostram um cenário mais sombrio.
As margens de esmagamento na China têm estado no vermelho, com perdas de até 190 iuanes por tonelada na operação de esmagamento de soja. Este quadro negativo ocorre devido a uma combinação de estoques elevados e uma demanda fraca por ração, que é a principal utilização da soja na indústria. Sem uma recuperação das margens, os importadores perderão o estímulo de aumentar suas compras, o que resultará em um exacerbamento do superávit de soja no país e potencialmente drive os preços para baixo.
Perspectivas para o mercado de soja
As perspectivas para o mercado de soja são incertas devido ao excesso de estoque. Com a China segurando entre 40 milhões a 45 milhões de toneladas em estoque, a situação sugere que, mesmo que os EUA tentem ajustar suas exportações, a resistência das empresas estatais em realizar novas compras se torna evidente. Adicionalmente, a incerteza nas relações comerciais entre os EUA e a China e a possibilidade de novos ajustes nas tarifas tornam o cenário ainda mais complicado.
Em uma visão otimista, é possível que as margens de esmagamento se recuperem, levando a um aumento nas importações. No entanto, para que essa recuperação ocorra, é preciso que tanto a demanda por ração se estabilize quanto que o custo da soja se torne mais atraente para os compradores. Um aumento na atividade de compra da China poderia ajudar a regular os preços globais e ajudar a destruir o excesso de oferta que atualmente assola o país.
O papel das empresas estatais na importação
As empresas estatais como a Cofco e Sinograin desempenham um papel vital na importação de soja para a China. Essas organizações não apenas facilitam as compras em grande escala, mas também regulam a distribuição e ajudam a estabilizar o mercado interno. No entanto, a atual falta de ação das empresas estatais em adquirir soja dos EUA tem levantado preocupações em diversos círculos financeiros.
Além disso, a relação entre os preços internacionais e a política das empresas estatais deve ser cuidadosamente monitorada. Elas têm mostrado uma tendência a reter compras até que as condições de mercado se tornem mais favorecidas. A espera por margens mais positivas para iniciar novas compras indica uma estratégia cuidadosa e um reconhecimento do impacto que as compras desmedidas teriam sobre os preços internos.
Comparação de preços da soja brasileira e americana
Um dos elementos fundamentais na análise do mercado de soja diz respeito à comparação de preços entre a soja brasileira e a americana. Atualmente, a soja brasileira é cotada em cerca de US$ 480 por tonelada, enquanto a soja americana varia entre US$ 540 a US$ 550. Essa discrepância de preços se deve a vários fatores, como a distância, custos de transporte e, claro, as tarifas impostas.
Essa diferença de preços torna a soja brasileira um produto mais atraente para os importadores chineses. Mesmo quando as tarifas sobre a soja americana foram suspensas, a tendência continua a favorecer a soja brasileira, o que reflete em um aumento na participação brasileira nas importações da China. A competitividade do Brasil nesse mercado também é uma oportunidade para a diversificação das relações comerciais e a diminuição da dependência do mercado americano.
Aumento das importações da América do Sul
O aumento das importações de soja da América do Sul, especialmente do Brasil, chegou a níveis elevados devido ao impacto das tarifas. Com os compradores chineses evitando soja americana, a América do Sul se tornou o principal fornecedor de soja para a China. Essa mudança de rota se traduziu em um crescimento exponencial das remessas internacionais da soja do Brasil. A China, que historicamente dependia dos Estados Unidos, agora se dirige a seus vizinhos sul-americanos para garantir o suprimento necessário.
Essa dinâmica não apenas solidifica o Brasil como um player estratégico no comércio internacional de soja, mas também traz à tona novos desafios logísticos e comerciais, considerando o aumento da demanda e a necessidade de se adaptar a um novo balanço de oferta e procura no mercado.
Desafios enfrentados pelos esmagadores chineses
No coração da indústria de soja na China, os esmagadores enfrentam diversos desafios. Sem uma recuperação significativa nas margens de esmagamento, a pressão está se agravando. Desde que as margens se tornaram negativas, muitos esmagadores interromperam suas atividades ou reduziram suas operações, na esperança de retomar quando as condições do mercado melhorarem.
Além disso, a combinação de estoques elevados e a competição em preços com a soja brasileira agrava a situação. Os esmagadores têm que adaptar suas operações e estratégias de compra, enfrentando um mercado volatile onde a recuperação não é garantida. A dependência de fatores externos, como tarifas e políticas comerciais, significa que as condições poderiam mudar a qualquer momento, desestabilizando ainda mais suas operações.
Expectativas dos comerciantes para o futuro
Os comerciantes têm expectativas mistas sobre o futuro do mercado de soja. Enquanto existe a esperança de que as margens de esmagamento possam se recuperar e que o governo chinês possa intervir para estabilizar o mercado, a incerteza causada pelas relações comerciais entre a China e os EUA continua a gerar preocupação.
Com os acordos comerciais ainda precários, muitas compras estão em espera enquanto os comerciantes tentam avaliar as melhores oportunidades e o ambiente de mercado. A diversificação e a adaptação dos fornecedores se tornam fundamentais neste cenário, à medida que o jogo global de comércio de soja evolui.
Relações comerciais entre EUA e China em análise
As relações entre os EUA e a China têm sido complicadas e recheadas de tensões que impactam diretamente o comércio de soja. Após agressivas negociações, ambos os países tentam encontrar um terreno comum. A promessa de compras futuras da China é uma tentativa de estabelecer um caminho para a normalização das relações, mas muitos analistas permanecem céticos quanto à capacidade de cumprir essas promessas.
Enquanto a China planeja potencialmente reverter seu curso e voltar a comprar soja americana, os altos estoques e as margens de esmagamento ainda apresentam grandes obstáculos. O mercado de soja é altamente sensível a políticas e tarifas, e enquanto esses fatores não se estabilizarem, as perspectivas continuarão voláteis. O futuro do comércio e as relações comerciais entre essas duas superpotências permanecerão sob constante vigilância, pois as decisões tomadas agora moldarão as interações econômicas nos próximos anos.

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